No final de 2021 vi-me na contingência de utilizar o meu Fundo de Emergência e algumas poupanças, devido a um imprevisto.
Apesar de me ter custado horrores fiquei ao mesmo tempo contente por tê-los. Já nem falo no descanso que foi!
Seja como for, no início do ano, quando fiz a reflexão financeira anual vi-me com um objetivo obrigatório - começar a refazer o Fundo de Emergência -, mas também apercebi-me que no ano em que talvez tenha ganho mais dinheiro em horas extra, foi dos anos que menos poupei.
É certo que este imprevisto muito contribuiu para ele, mas a minha falta de disciplina em não ir buscar dinheiro que coloquei na poupança foi muita. Raro foi o mês que o valor colocado na poupança no inicio do mês era igual ao fim do mês. Havia sempre uma diferença para menos.
Ora, tudo isto deixou-me a pensar... eu sempre tive o hábito de poupar. Aí sou bastante consistente. Mas também sou demasiado consistente a ir buscar dinheiro à poupança. E isso é mau! É um péssimo hábito!! E se a isso acrescentarmos uma enorme pressão que eu coloco em mim mesma temos um cocktail perfeito para que a minha poupança não cresça como eu gostava.
Assim sendo, o foco para 2022 foi relativamente fácil de definir: disciplina na poupança, mais concretamente não ir lá buscar dinheiro. Se quero que ela cresça, o dinheiro de ir para lá todos os meses e lá ficar. Parece uma coisa muito simples de fazer, mas eu posso comprovar que não. É, na verdade, bastante difícil de concretizar!!
Para isso acontecer tenho, definitivamente, de retirar toda a pressão que eu coloco em mim mesma, sobretudo no aspeto financeiro. Entender que na minha vida TUDO o que quero, leva MUITO tempo a acontecer. Mas quando acontece é em grande e em bom. Eu só tenho de ter paciência e consistência na luta!
Com tudo isto em mente, voltei a avaliar o meu orçamento e a redefini-lo.
Eu sempre gostei do método das percentagens, não é novidade para ninguém. Contudo, com este novo mindset percebi que focar-me demasiado em cumprir essas percentagens levou-me a um círculo vicioso que não me permitia realmente poupar.
Assim sendo, para este ano estabeleci um orçamento diferente:
- comecei por definir e reduzir ao máximo as minhas despesas fixas;
- a seguir defini um valor para o mês, para viver. Um valor que não sendo muito alto, é confortável o suficiente para, se for bem gerido, gozar a vida;
- depois defini um valor relativamente confortável para a imagem pessoal. Apesar de não haver lembrança de falar o assunto por aqui, a luta por ter um closet há minha medida continua;
- somados estes três valores, vou subtraí-los ao meu vencimento;
- depois do valor que sobra retiro o valor máximo que consigo para a poupança;
- no fim, as sobras são destinadas ao meu hobby.
Já apliquei este orçamento a dois vencimentos e até ao momento não há registo no diário financeiro de alguma retirada da poupança. Por isso... happy!! happy!!
E, por aí, como vão as vossas finanças em 2002?
Vão andando; mais devagar do que gostaria, mas bem melhor do que há uns anos. :)
ResponderEliminarRelativamente a evitar tirar dinheiro da poupança, acho que há três coisas que no meu caso ajudam; não sei se farão sentido para ti, mas nunca se sabe:
1- fazer com que tirar dinheiro de lá seja mais difícil (por exemplo, algo que tenha o atraso de 1-2 dias úteis em vez de ser imediato, ou simplesmente algo que tenha vários passos necessários, em vez de ser só chegar a um sítio (conta bancária, envelope, etc.) e fazer uso do dinheiro). Claro que isso vai um pouco contra o conceito de *emergência* (que pode ser algo realmente urgente), mas pode-se talvez arranjar um meio-termo -- por exemplo, parte da poupança estar na nossa conta bancária, mas o resto estar noutro sítio.
2- ter uma forma de visualizar quanto tenho na poupança (por exemplo, um gráfico, que até pode vir de um Excel actualizado à mão): depois de vermos uma linha a subir vários meses, até "faz pena" baixá-la. :) Ate é possível ir mais longe e partilhar essa poupança (assumindo que mantemos o anonimato de outras formas), como eu faço no blog, naquelas barras no canto superior direito -- afinal, se aquilo baixar (sem ter sido para amortizar o crédito), "parece mal". :)
3- ter a poupança a render de alguma forma (estar investida, por exemplo) -- nesse caso, ao tirarmos lá dinheiro, vamos sempre pensar em como, se o fizermos, perdemos também o que ela está a render.
No fundo, tudo se resume a criar incentivos para fazer a coisa certa, e "desincentivos" para a coisa errada.
Olá!!
EliminarObrigada pelas dicas. Vou estudá-las e avaliar como adaptá-la à minha realidade. 😊
De resto a última frase diz tudo e deve ser o mantra a seguir. ☺️
Tudo a correr bem!
É muito importante as percentagens serem realistas, caso contrário não as vamos respeitar.
ResponderEliminarÉ mais vantajoso poupar menos consistentemente durante anos do que muito durante uns meses e desistir por ser impossível.
Boa sorte com o novo plano.
É verdade!!
EliminarApesar de ter apenas feito este plano por 2 meses já notei mais evolução que em outras tentativas.
Continuamos na luta.
Obrigada!!