ATENÇÃO!!!
Antes
de mais nada esta é a MINHA opinião HOJE! Vale o que vale e, claro, que pode mudar! J
Há dias dei por mim a pensar: se fizesse um crédito porque
motivo o faria?
Se olharmos à nossa volta facilmente encontramos pessoas que
pagam contas recorrendo ao cartão de crédito. Aliás, isso tornou-se uma tal
moda, que quem usa cartão de débito, dinheiro ou paga valores mais altos a
pronto é olhado com estranheza (já me aconteceu!). E nos últimos anos o cartão
de crédito passou, inclusivamente, a servir para pagar bens essenciais, como a
alimentação. Eu acho isso muito preocupante.
Eu nunca tive um cartão
de crédito. Nunca tive de lidar com uma fatura dessas, por isso é uma
experiência da qual não posso falar. Também não sei os motivos que levam as
pessoas a recorrer a eles. Apenas sei os motivos que me levam a não tê-los: o facto o dinheiro não ser
meu, que me custa muito caro (juros) e o facto de não ter sido habituada a
vê-los lá por casa, sempre me levou a fugir deles (como o diabo foge da cruz).
No entanto, uma vez que não nado em dinheiro, há muito que
defini três situações válidas para recorrer a um crédito:
Uma doença
Ao contrário do que muitas vezes dizemos, em Portugal temos
um bom sistema de saúde. Vejam os EUA que senão tiverem seguro de saúde não têm
acesso a saúde. Aqui não ter dinheiro não invalida que não tenhamos acesso a
ela. Aliás, há situações em que temos tudo a custo zero. E falo tanto de
tratamentos, consultas, como medicação (falem com um doente oncológico seguido
num IPO e verão do que falo. Perceberão que nem sempre os nossos impostos são
em vão).
Mas podemos querer optar por ir para o privado e aí é
preciso dinheiro. Recorrer a um cartão de crédito pode ser uma opção, caso as
poupanças não chegassem e tivesse terminado o plafond do sub-sistema/seguro de
saúde. Mas só em último caso, mesmo. Mesmo assim acho que preferia ficar sem
poupança e pedir a um familiar antes de ir ter com um banco. ;-)
Um carro
Neste caso considero que é sempre possível juntar o dinheiro
e comprá-lo a pronto. No entanto, acidentes acontecem e numa emergência e não
havendo tempo suficiente para juntar o valor e se o carro fosse realmente um
bem de primeira necessidade para a família recorreria a um crédito.
Contudo teria as minhas condições:
- a prestação teria de caber perfeitamente no meu orçamento
e ser manejável (ou seja, poder antecipar o pagamento da totalidade do
crédito);
- o crédito não deveria ser a totalidade do valor a pagar
pelo carro, ou seja, tentaria dar, pelo menos, 50% do valor a pagar;
- compraria um carro 0Km e o carro dos meus sonhos. Isto
porque se teria de recorrer a um crédito nunca o faria para algo que durasse
menos que o crédito, ou seja, para mim é inconcebível fazer um crédito para
umas férias, por exemplo. Andar anos a pagar umas férias de 8 dias não dá para
mim. Sem dúvida que poupava o dinheiro e então iria de férias.
No caso do carro optaria por um 0km (mesmo com a
desvalorização e afins) porque iria fazer de tudo para que o carro durasse três
vezes mais que o crédito nas minhas mãos, ou seja, imaginando que fazia um
crédito a cinco anos, eu só pensaria em trocar novamente de carro quando este
já tivesse mais de 15 anos. Desta forma, amortizava duas vezes o crédito,
justificando-o. Claro que se fosse uma pessoa que passasse a vida a trocar de
carro pensaria antes no renting, e
não na compra. Eu não faria, por exemplo, um crédito para comprar um carro
usado, mesmo que fosse recente.
Uma casa
Esta hipótese acho que é a mais consensual de todas. É certo
que há sempre a hipótese do aluguer, mas dado que vivemos num país onde a
prestação ao banco é mais baixa que uma renda a um senhorio e como sempre achei
que uma casa é património, logo é um investimento, lá há-de chegar o dia em que
também eu vou pertencer ao clube dos endividados para a vida. J Como o euromilhões
ainda não encontrou o caminho da minha conta bancária o crédito é a solução
mais promissora.