Lembrei-me de partilhar também algumas conclusões/premissas que me fui apercebendo ao longo destes quase 10 anos de tentativas, de leituras, de aprendizagem:
O mindset é tudo!
- A forma como encaramos qualquer coisa na vida é determinante para como a coisa vai correr. Se nós encaramos o orçamento e a poupança como um jogo e não como uma obrigação vamos entrar no espírito mais facilmente e torna a tarefa mais agradável.
- É importante percebermos que somos nós que devemos controlar o dinheiro e não o contrário. E que tomar conta do dinheiro deve ser uma tarefa diária. E no caso dos casais isso deve ser feito em conjunto. Devem os dois remar para o mesmo lado, caso contrário o barco afunda.
- Disciplina e foco são os nossos principais aliados na hora de poupar. Somos diariamente bombardeados com tentações de consumo pelo que fortalecer a nossa força de vontade em poupar deve ser constantemente trabalhada!
- Perceber que poupar dá trabalho e exige sacrifício. A não ser que se ganhe muito bem e não se tenha qualquer tipo de crédito, vamos ter de abdicar de alguma coisa. Diz-me a experiência que normalmente é naquilo que mais gostamos muito (jantar fora, férias no estrangeiro...)
- Perceber que poupar é difícil, duro e muitas vezes desanimador. Que são muitos os meses que sobram, que são muitas as tentativas falhadas, mas que a persistência vale a pena.
Poupar deve ser um hábito!
- É importante desenvolver o hábito de registar rigorosamente todos os dias, todos os nossos gastos. Isso juntamente com o orçamento são fundamentais para percebermos o nosso perfil e comportamento financeiro. Não pode haver esquecimentos, preguiça em registar os nossos gastos. Foi olhar com "olhos de ver" para este registo que me permitiu perceber quais os meus desperdícios.
- É importante fazer o orçamento e a lista de despesas do mês todos os meses. Pois ao contrário do que parece todos os meses são diferentes. Todos os meses há despesas variáveis diferentes (as despesas fixas mínimas devem ser iguais e de valor igual todos os meses).
- É importante pesquisar sobre o assunto. Há sempre novidades na área da poupança, novos truques a surgir e manter um interesse no assunto ajuda a não desistir.
- Habituem-se a não contar com subsídios e reembolsos do IRS para pagar despesas, porque esses valores podem deixar de existir (veja-se o que aconteceu com os funcionários públicos e o subsídio de Natal que passou a ser pago em duodécimos, ou seja, ficou diluído no ordenado mensal e acaba por nem se dar conta dele). Estes valores extra devem ser para alimentar a poupança.
Truques & dicas
- É importante definir metas claras e atingíveis: quero livrar-me dos cartões de crédito; quero poupar para comprar um carro sem recorrer ao crédito; quero antecipar o pagamento do crédito à habitação; quero fazer a viagem dos meus sonhos sem recorrer a créditos...
- Para que já tem casa e família para sustentar existem as chamadas despesas anuais (IMI, IRS, IUC, seguros, etc) utilizar o sistema de envelopes e todos os meses tirar um pequeno valor para cobrir estas despesas evita meses mais apertados. Lá em casa usamos este sistemas para o IMI, por exemplo. E fazemos assim: dividimos o valor pago em 2016 por 12 meses e todos os meses retiramos esse valor para um envelope, quando chega a altura é só pagar sem comprometer as despesas desse mês.
- Os valores atribuídos ao orçamento devem ser o mais real possível. Vale mais tentar todos os meses ir diminuindo os valores conforme se vai conseguindo ou colocar as sobras num mealheiro sem chave, do que atribuir os valores que gostávamos de gastar e ao fim de uma semana ficar frustrado porque tudo correu mal.
- Não somos de ferro e para motivar mais ainda volta e meia devemos dar-nos uma prenda (juntar fora, uma ida ao cinema em família, um passeio...).
- Não ter cartões de crédito nem conta-ordenado! Esta é uma dica fundamental para se poupar e viver dentro dos nossos rendimentos. O dinheiro que nos "dão" nestes casos é na realidade o dinheiro mais caro à face da terra e não é nosso.
- Se por ventura já se é detentora de algumas dívidas de cartões de crédito um bom método para as eliminar é o método bola de neve. Basicamente devemos listar todos os valores em dívida e a quem devemos num papel. Depois começamos por pagar aquela que é mais pequena. Uma vez esta paga passamos para a seguinte. Há um livro muito bom que explica muito bem este método, este aqui. Procurem-no na biblioteca da vossa zona. É mesmo muito bom para quem tem dívidas e quer acabar com elas.
- Implementar os dias 0€, ou seja, dias em que não se gasta nada. Nem sequer um café. Comecem com um dia por semana. Depois avancem para dois e assim sucessivamente.
Aviso Importante!
Eu não sou da área de economia e finanças! O que aqui partilho é mesmo a minha experiência pessoal, o que vou experimentando e descobrindo!
Não sei se ajudei alguma coisa?
(Qualquer coisa também há o email ;-))
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